quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Um Sonho Possível

Um Sonho Possível (The Blind Side)
Ano: 2009
Gênero: Drama
Atores: Sandra Bullock, Tim McGray, Quinton Aaron, Jae Head
Diretor: John Lee Hancock

Imagine a seguinte situação: um jovem negro, sem um lar, de natureza totalmente introvertida, nascido e criado num bairro “barra pesada”. Pelos conceitos da sociedade, imaginamos que ele seja mais um criminoso que o mundo produziu. Certo? Errado. Agora, imaginem o seguinte: uma mulher rica que acolhe este jovem em sua mansão e oferece tudo o que ele nunca teve na vida. É irreal, certo? Errado de novo. Esta é a uma história real contada no filme “Um Sonho Possível” ou “The Blind Side”, nome original muito mais explicativo que sua versão em português e veremos o porquê.

O longa é estrelado pela “miss simpatia” de Hollywood, Sandra Bullock, na pele da “madame” Anne Tuohy que acolhe o jovem Michael Oher (Quinton Aaron), mais conhecido como Big Mike por conta de seu físico avantajado. Aliás, é seu físico que o coloca no caminho da senhora Tuohy, quando lhe é oferecida a oportunidade de estudar numa “escola para ricos” por um treinador de futebol americano, que aposta em Mike por conta de seu porte físico diferenciado e propício para o jogo. A escola em questão é onde estudam os filhos de Anne.

Esta proximidade fez com que inevitavelmente seus caminhos se cruzassem. Num final de dia chuvoso Anne vê Michael perambulando pela estrada. É neste exato momento que a vida de Big Mike muda para sempre. Uma mulher rica, com filhos lindos, um bom marido oferece a um jovem negro que ela nem conhece, a chance de passar a noite no conforto de sua casa. Houve medo? Claro, o medo também faz parte da história. O medo do desconhecido de ambas as partes. O medo de Anne em ter sua mansão furtada na calada da noite, o medo do tipo de companhia que Michael seria aos seus filhos e o medo do jovem para com uma bondade tão inesperada e improvável.

Mas, desse medo todo, nasceram incríveis laços de amizades, confiança, respeito e amor. A família Tuohy ganhou mais um integrante, um jovem negro, desengonçado e tímido, mas com um enorme coração e algo diferencial, o instinto de proteção àqueles que ama. Esse instinto elevava suas capacidades no futebol americano e explica o nome original do filme. “Blind Side” é um tipo de jogada deste esporte onde um jogador tem como objetivo proteger o “lado do cego” do quaterback (atleta responsável pelos passes e lançamentos). Não precisa nem dizer que quanto maior o porte físico do atleta que atua nessa função, melhor ele será. Michael se encaixava perfeitamente nesse perfil, principalmente por seu instinto protetor.

Com a ajuda de toda a família, em especial de sua nova “mãe”, Michael ganha a oportunidade de se desenvolver não só como jogador, mas, sobretudo como homem. Big Mike atualmente é jogador do Baltimore Ravens, time da liga profissional americana. Para chegar a este ponte, ele teve o que precisava. Dinheiro? Não! Absolutamente não! Teve uma família e um imenso amor que transformou sua vida.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Todas as histórias de superação são emocionantes e dignas de serem contadas em filmes e livros. São lições valiosas principalmente para nós que julgamos nossas dores como as maiores do mundo. É difícil imaginar o tamanho das lutas que vivem diariamente essas pessoas, sejam elas ricas ou pobres. Big Mike poderia ser mais um jovem criminoso que perderia a vida cedo ou, um jovem de bom coração que não teve alguém para lhe dar um “empurrão”. Não é correto dizer que ele venceu porque teve um amparo de uma família rica, pois sabemos que dinheiro não quer dizer sucesso. Big Mike venceu porque aproveitou as oportunidades que lhe foram dadas e, além disso, tinha um coração que a família Tuohy não imaginava encontrar.

Ainda pegando carona no nome do filme, mas agora no seu nome em português, talvez Michael jamais tenha sonhado em ser um jogador, possivelmente nem tinha sonhos. Talvez não fosse sonho da “madame” Tuohy receber em sua casa mais um novo “filho”. Mas a vida é assim, cheia de surpresas ou de oportunidades, conforme nosso ponto de vista definir. Todos nessa história comovente seguiram seus corações e a vitória não foi apenas de um, mas sim de todos, como uma família deve ser.

A superação pode acontecer de várias formas ou por diferentes razões. Superar a si mesmo e seus medos mais latentes é uma grande vitória. Exemplos reais não nos faltam, muito menos as oportunidades. Os instintos de proteção tão vivos em Michael explicam sua vitória na vida, tudo transformado em amor, poder inquestionável e inesgotável das famílias.

Se tivermos a oportunidade de tornar o sonho de alguém possível, façamos! Se tivermos o instinto de proteção vivo em nós, usemos! Se tivermos uma boa família, amemos! Se tivermos uma única oportunidade na vida, agarremos! Se tivermos que superar algo, tenham a certeza de que é um sonho perfeitamente possível!

Abraços!
Rafael L. Prado

Para saber mais: http://www.adorocinema.com/filmes/um-sonho-possivel/

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Marley & Eu

Marley & Eu (Marley & Me)
Ano: 2008
Gênero: Comédia/Drama
Atores: Owen Wilson, Jennifer Aniston, Eric Dane, Alan Arkin
Diretor: David Frankel

“Cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas chiques. Água e alimentos já são o bastante. Símbolos de status não significam nada para eles. Um pedaço de madeira encontrada na praia serve. Um cão não julga os outros por sua cor, credo, ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Dê o seu coração e ele dará o dele. De quantas pessoas podemos dizer o mesmo? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puras e especiais? Quantas pessoas nos faz sentir... extraordinários?” John Grogan (Marley e Eu)


Dedico este texto a quem me fez sentir tantas vezes extraordinário e me amou incondicionalmente... ao meu cão e eterno amigo Sultão. Obrigado por tudo!


Certa vez li uma história que contava sobre a morte de um cachorro que já estava muito velho e doente. O pai da família lamentava com o veterinário o fato dos cachorros viverem tão pouco (normalmente vivem de 10 a 15 anos dependendo da raça), e disse não encontrar explicação para que os humanos vivam tanto e os cães tenham vida tão curta. Neste momento, seu filho de 8 anos de idade, que escutava a conversa vira-se para o pai e diz:

- Papai, eu sei porque os cachorros vivem menos que os homens.

- Por que meu filho? – pergunta o pai, certo de que ouviria algo sem muito sentido.

- Papai, os seres humanos precisam viver mais porque necessitam ter mais tempo para que aprendam a amar. Já os cães, conseguem fazer isso mais rápido, pois não precisam de muito tempo para aprenderem sobre o amor.


Depois de ler essa história, fiquei me perguntando o que os cães tem de diferente de nós? É um questionamento que vai muito além da condição física ou da questão do se racional e irracional.Pensei muito sobre a resposta do menino e mais ainda sobre o que é o amor de verdade. Depois de tanto refletir e me emocionar com a singeleza das palavras do garoto, preciso admitir que concordo com ele! Isso joga por terra a teoria da evolução de Darwin ou qualquer coisa parecida? Não, claro que não. Em termos evolutivos, estamos muitos degraus acima dos nossos amigos caninos. Sem dúvidas as nossas capacidades são maiores, mas isso também não quer dizer que sejam utilizadas. Infelizmente, de razão em razão, nos tornamos mais insensíveis, menos amáveis e menos humanos.

Histórias como essa se repetem diariamente em diferentes famílias do mundo. Um bom exemplo é o que pode ser visto no filme “Marley e Eu”, que é um retrato “filmado” deste tipo de caso, verídico por si só e em cada sentimento que ele possa causar em nós. Eu já tive essa experiência (você pode ter tido também) e posso atestar que entendo bem do que John Grogan fala sobre o Marley no final do filme, afinal quantas vezes alguém fez você se sentir extraordinário? É difícil responder, mas tendo como base o filme e a resposta do garoto, posso dizer que todas as vezes em que me senti extraordinário foi porque me senti amado verdadeiramente e, o meu cachorro fez isso por mim várias vezes.

Pois bem, este texto não é sobre o filme “Marley e Eu”, que a propósito indico que você veja e reveja, Ou sobre o livro “Marley e Eu”, que aconselho a leitura. Também não é sobre a história contada lá no início ou todas as outras tão verdadeiras quanto esta que existam por aí. Também não é sobre os cães, embora tenham papel de destaque. O texto é, sobretudo, sobre nós e o amor que não damos. É sobre as diversas oportunidades que perdemos de fazer alguém se sentir extraordinário. É sobre o amor puro e verdadeiro.

Podemos aprender em qualquer momento de nossas vidas, pois a vida é uma grande escola, já dizia o jargão popular. Seguindo esse raciocínio simples, podemos aprender muito com os cachorros. Na verdade, devemos aprender. Não estou falando sobre os tais cães assassinos ou violentos que existam por aí, que são apenas reflexos de seus donos (salvo distúrbios já conhecidos). Aliás, ser reflexos de seus donos explica muito. Como disse John Grogan, “dê o seu coração e ele lhe dará o dele”. Simples assim! Os cães têm essa capacidade de doação incondicional, mas e quanto a nós? Por que não aceitamos simples pedaços de madeiras encontrados na praia? Por que tanta dificuldade em amar? Talvez a pergunta explique a resposta. Talvez o estado atual de nossa sociedade explique tudo. Não quero aqui definir respostas, quero simplesmente gerar a reflexão. A resposta deve ser individual, pois é tão particular quanto as histórias que vivemos com cães, gatos, coelhos e, especialmente, com as pessoas.

O mundo em que vivemos por vezes nos dá a sensação de que não tem mais jeito, que tudo caminha perdido e nada irá mudar. Problemas se avolumam, preocupações se multiplicam, olhares cruzados, desviados e tortos se oferecem por aí. Temos dúvidas, medos, incertezas, dores e problemas. Mas, nos concentremos nos pequenos gestos que passam despercebidos ou nos gravetos que a vida nos oferta. Tem tanta gente dando o seu coração, mas simplesmente não sentimos. Existem muitos Marley’s por entre nós. Existe um Marley dentro de nós. Dê o seu coração aos Marley’s do nosso dia-a-dia, sem pensar no que vai receber em troca. Ame apenas pelo desejo de amar! Tolere pelo desejo de tolerar! Respeite pelo desejo respeitar! A vida é o reflexo do que doamos por aí.

“Marley e Eu” não é apenas um filme sobre cachorro, é uma história real que fala sobre o amor, pois este mesmo amor que Marley dedicava a seus “donos” é o mesmo que uniu a família Grogan em todas as dificuldades e crises por quais passaram. Marley os fez extraordinários, porque os amava incondicionalmente. A família que construíram foi solidificada por este sentimento tão puro e verdadeiro. Tudo se resume nisso. “Marley e Eu” é mais do que um filme ou um livro qualquer de auto-ajuda. Trata-se de mais uma oportunidade para aprender um pouco mais sobre este sentimento tão sublime. É inevitável o choro no fim, quem já teve um cão sabe bem disso. Marley é mais um exemplo entre tantos que, mesmo vivendo menos que nós ficam eternizados pelo amor que nos doaram.

Nossa vida seja ela longa ou curta precisa ser incondicional no amor dedicado. Precisa se eternizar no tempo que vivemos seja com quem for. John Grogan teve sorte com seu Marley. Eu tive sorte com o meu Sultão. Você teve sorte com o seu cão, porque tivemos a oportunidade de nos sentirmos extraordinários. E quem já se sentiu assim sabe o quanto é bom. Ao assistir este filme e de ouvir tantas histórias de cães que existem por aí, tenho cada vez mais a certeza de que o amor é a revolução que esse mundo precisa! E para isso acontecer precisamos acreditar que o extraordinário está em nós! Dê o seu coração!


"Marley nos ensinou a viver cada dia com alegria e exuberância desenfreadas, a aproveitar o momento e fazer o que manda o coração. Ele me ensinou a apreciar as coisas simples - um passeio pelo bosque, a neve caindo, uma soneca sob a luz do sol do inverno. E quando ficou velho e cheio de dores, me deu uma lição de otimismo diante da adversidade.” John Grogan (Marley e Eu)


Um abraço!

Rafael L. Prado


Para saber mais:

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domingo, 31 de maio de 2009

Um Sonho de Liberdade

Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption)
Ano: 1994
Gênero: Drama
Atores: Tim Robbins, Morgan Freeman
Diretor: Frank Darabont

Certamente é o melhor filme que já assisti em toda a minha vida. E olha que é difícil dizer isso hein. Sem exageros, é um clássico do cinema, um filme que jamais será esquecido, mesmo que tenha sido, na minha opinião, a maior injustiça que o OSCAR já cometeu. Foram sete indicações ao prêmio mais cobiçado do cinema mundial, e não ganhou um... Uma grande injustiça!!! Enfim, em se tratando de OSCAR tudo é possível.
Injustiças à parte, “Um Sonho de Liberdade” é uma fascinante história de amizade e esperança, baseado no livro de Stephen King e perfeitamente adaptado pelo excelente diretor Frank Darabont (A Espera de um Milagre e Cine Majestic). As brilhantes atuações de Tim Robbins e Morgan Freeman, em papéis dignos de Oscar, tornam ainda mais real e emocionante o desfecho de um enredo cheio de surpresas.
A história gira em torno da prisão de um banqueiro, Andy (Tim Robbins), acusado de assassinar sua esposa e o amante dela. Condenado a prisão perpétua, Andy passa a viver num mundo totalmente diferente do seu, tendo a necessidade de se defender e se adaptar a vida numa penitenciária. Mas, no meio desse universo assustador pode existir a verdadeira amizade e isso ele encontra em Red (Morgan Freeman), que também cumpre prisão perpétua, por conta de um crime que já havia se arrependido. Juntos descobrem esse sentimento que os unem e fortalecem. Há passagens tão intensas no filme, que me faltam palavras para descrevê-las a altura, deixo por sua conta isso.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Tal como uma obra de arte, “Um Sonho de Liberdade” é um filme que deve ser analisado em seus mínimos detalhes, há uma beleza que nos arrepia e nos comove. É uma lição de esperança e de vida, de quem nunca desistiu de um sonho mesmo que para muitos fosse uma loucura. Mas, louco mesmo é aquele que não sonha e que não tem fé. Lembre-se, o homem quando deixa de sonhar, deixa de viver. O final é algo tão sublime e emocionante que vou relatar um trecho de uma carta destinada a Red, “...lembre-se Red a esperança é uma coisa boa e nada que é bom pode morrer...”. “Nada que é bom pode morrer...”, isso me faz lembrar das sábias palavras do jornalista Pedro Bial, “viver é um desafio impossível para quem tem medo da luta”, é preciso lutar por aquilo que se acredita e não importa o que digam, pois o sonho é seu e só você pode transformá-lo em realidade.
“Um Sonho de Liberdade” é um exemplo de esperança que deve ser admirado e respeitado. Não existe um sonho impossível. Impossível, é deixar de sonhar. Impossível é uma palavra inventada por aqueles que não lutam por si mesmos. É possível, desde que você tenha o principal alimento do seu sonho, a esperança... E a esperança não é a última a morrer, é a única que jamais morrerá, pois nada que é bom pode morrer!!! Nunca desista de si mesmo!!!
Um abraço!
Rafael L. Prado
Para saber mais:

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Efeito Borboleta

Efeito Borboleta (The Butterfly Effect)
Ano: 2004
Gênero: Drama
Diretor: Eric Bress e J. Mackye Gruber
Atores: Ashton Kutcher, Amy Smart, Eric Stoltz

“Sensacional!”, “Fantástico!”, “Maravilhoso!”, “Perfeito!”, “Ótimo!”, “O Melhor do Ano!”, “Imprevisível!”, são adjetivos de pessoas que viram este filme e são meus também. O filme é, realmente, tudo isso!
Bem, vamos ao filme. Conversando sobre o filme, algumas pessoas me perguntavam o porquê do nome “Efeito Borboleta”, não sou dono da verdade, mas entendi do seguinte jeito: observe a frase que inicia o filme, mais ou menos assim, “uma coisa tão simples como o bater de asas de uma borboleta, pode causar um tufão do outro lado do mundo”, é a teoria do caos, ou seja, como o próprio filme diz “mude uma coisa, que tudo muda...”. Então, “Efeito Borboleta”, são todas aquelas mudanças provocadas por uma simples ação que você realizou ou por algo que você não fez.
O diferencial do filme está em seu começo, propositalmente confuso, e por isso ele te prende, fazendo com que você tente conectar os fatos. Não procure entender de início (é realmente confuso), apenas preste muita atenção nos acontecimentos. O início mostra alguns momentos da infância de Evan (Ashton Kutcher – em sua melhor atuação) com seus amigos, tudo muito bem situado. Lembre-se o diferencial está neste começo, por isso não vou contar mais nada. Já crescido, Evan luta para esquecer alguns fatos de sua infância e descobre um método estranho para voltar ao passado (não vou contar como), ao ver você poderá dizer “mas isso é impossível”, sim, mas não importa, o filme é uma ficção também, portanto não se prenda nisso.
Evan volta ao passado fisicamente como criança e tenta alterar alguns fatos que marcaram, negativamente, sua infância. Porém, na tentativa de consertar o passado, ele modifica todo o futuro, tanto para ele quanto para quem está envolvido na história. Todas as simples mudanças que Evan faz no seu passado, trazem novas conseqüências e novos problemas em sua vida. Infelizmente não posso contar mais nada, senão perde a graça. A imprevisibilidade é a marca do filme, não vou estragar isso.

ALÉM DO QUE SE VÊ: “Mude uma coisa que tudo muda.”. Na verdade, não temos a noção da importância de cada ato nosso. Quando mudamos algo, tudo que está conectado a ele pode se alterar e as conseqüências podem não ser agradáveis. Há uma frase que diz, “se queres saber como será o seu futuro, olhe para o que você faz hoje”. Faz sentido, pois não existe ação ou reação sem uma causa ou consequência. No filme, sem entrar no mérito da ficção, Evan podia mudar o passado, mas não podia controlar o futuro, tudo tem uma causa. É importante fazer essa análise e perguntar para si mesmo, como eu quero que meu futuro seja?
Toda casa precisa de um alicerce e na nossa vida ele será o passado, a estabilidade da casa, do seu futuro, depende dessa base. Portanto, preste atenção nos seus atos e pensamentos diários e lembre-se, tudo o que você faz, acarreta em algo seja de bom ou de ruim. Acarretar algo de bom seja em nós ou em outras pessoas é o nosso papel no mundo. Veja o filme e pense nisso!
Abraços!
Rafael L. Prado
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sexta-feira, 27 de março de 2009

E Se Fosse Verdade

E Se Fosse Verdade (Just Like Heaven)
Ano: 2005
Gênero: Comédia Romântica
Diretor: Mark Waters
Atores: Mark Ruffalo, Reese Whiterpoon

Se você é daqueles que gostam de histórias leves, puras, românticas, engraçadas e com finais felizes, então você certamente irá se encantar por “E Se Fosse Verdade”. De extremo bom gosto e muito agradável, o filme faz com que o nosso astral seja renovado.
Elizabeth (Reese Witherspoon) não é aquele tipo de pessoa que curte os “prazeres” da vida. Jovem e médica muito talentosa dedica-se ao trabalho com extremo prazer, mas esquece de viver sua própria vida. Numa noite ao sair do hospital, sofre um sério acidente, interrompendo sua promissora carreira.
Nesse clima trágico, surge David (Mark Ruffalo), sujeito depressivo e ainda muito abalado pela morte de sua esposa. Ele acaba por ir morar no apartamento que pertencia a Elizabeth, e numa das noites em que estava retirado do mundo, Elizabeth “aparece” em seu apartamento. Claro que o susto é enorme e ela acredita que David é um intruso, mas mal sabia que “o intruso” era ela.
David passa a ver que não se trata de uma ilusão, mas sim de um espírito que não aceitou sua morte. Na tentativa de convencê-la disso, eles se envolvem em situações hilárias e criam uma afinidade ímpar. Elizabeth só era vista por David, e isso era um mistério, por que só ele a avistava? Por que ele foi parar no seu apartamento? São questões interessantes que fazem parte do enredo do filme.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Com uma bela química entre os atores, “E Se Fosse Verdade” é aquela história bonita que a gente gosta de ver para imaginar como o mundo poderia ser, um lugar onde o amor prevaleça em tudo. E por que não é? Está aí uma boa pergunta, pense e responda. Apesar de tratar de temas sérios como comunicabilidade dos espíritos e até eutanásia o filme consegue ser leve e divertido. Particularmente falando, vi três vezes e veria de novo, porque nos faz bem ter em nossa mente imagens boas, e os sentimentos tão valiosos que idealizamos, mesmo que oriundos de um mero filme. E se fosse verdade? E por que não pode ser? Por que? Depende apenas de nós... Quem sabe não possamos um dia viver a nossa própria comédia romântica, porque a vida, sem dúvidas, é maior verdade que podemos ter.

Abraços!
Rafael L. Prado

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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tempo de Recomeçar

Tempo de Recomeçar (Life as a House)
Ano: 2001
Gênero: Drama
Diretor: Irwin Winkler
Atores: Kevin Kline, Kristin Scott Thomas, Hayden Christensen, Jena Malone

O título original desta obra poética diz tudo, “Life as a House”, ou seja, “A vida como uma casa”. Certa vez li a seguinte frase: “A vida é um projeto que você mesmo constrói”. Achei-a perfeita, pois sempre acreditei nisso. Algum tempo depois, vi na televisão a propaganda de um filme que comparava a vida com uma casa. Sabe quando você se arrepia todo, pois é, neste instante a propaganda do filme me tocou de tal forma que mesmo antes de vê-lo, já tinha a certeza de que era excelente. Marquei o dia na minha agenda, a minha expectativa era tão grande que contagiei todos na minha casa. Depois de muita expectativa o dia tão esperado chegou. Sentados na sala assistimos ao filme sem dizer uma única palavra. Ao término, não sei se todos choraram, porque não olhei para ninguém, tentando conter as minhas lágrimas. Ficamos sentados, paralisados, até as “letrinhas” acabarem de subir. Dizer o que? O filme já havia dito tudo. Entre nós o sentimento era único, tínhamos a certeza de que assistimos não apenas um filme, mas uma grande lição de moral e de vida.
Dirigido por Irwin Winkler, o mesmo do belíssimo “A Primeira Vista” e com a melhor atuação que já vi do ator Kevin Kline. George Monroe (Kevin Kline) é um arquiteto que durante toda a sua vida sustentava o desejo de construir uma casa, mas o tempo passou, ele envelheceu, separou-se da mulher (Kristin Scott Thomas), deixou de lado seu único filho (Hayden Christensen), um garoto bastante rebelde, e não construiu nada. Morava num barraco e sua vida era horrível. George descobre que tem câncer e não tem muito tempo de vida. Nesse momento ele percebe que toda a sua vida passou e não havia feito nada daquilo que havia sonhado. Então, resolve nos últimos momentos de sua vida construir a casa dos seus sonhos, com isso ele acaba modificando não só a sua vida, mas a de todos com quem ele tem contato. O filme aborda outros temas mais sérios também, com muita sutileza e sem perder o foco principal. Entenda a metáfora e deixe-se envolver pela sensibilidade do filme, pois me arrepio só de falar dele.

ALÉM DO QUE SE VÊ: O filme nos deixa a lição de que podemos construir e viver num barraco ou numa mansão. Depende das nossas escolhas. Quantas vezes arquivamos nossos sonhos e deixamos para depois. Construa a sua casa HOJE! Encontre o seu lar e viva intensamente cada minuto que ele possa te proporcionar, não adie seus sonhos nem espera pelo amanhã, porque o agora pode ser o seu tempo de recomeçar.
Um abraço!
Rafael L. Prado
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Um Homem de Família

Um Homem de Familia (The Family Man)
Ano: 2000
Gênero: Drama
Diretor: Brett Ratner
Atores: Nicolas Cage, Tea Leoni, Don Cheadle, Jeremy Piven

Você já parou para pensar, como seria sua vida se tivesse dito sim ao invés de não ou vice-versa? Se tivesse dito algo ao invés de ficar calado ou vice-versa? Se tivesse ficado ao invés de ir embora ou vice-versa? Enfim, o quanto a sua vida seria diferente se tivesse tomado outras decisões.
“Um Homem de Família”, de forma surpreendente, cativante e simples, aborda o tema das escolhas e decisões que fazemos na nossa vida. O filme inicia-se no exato instante em que Jack Campbell (Nicolas Cage) está no aeroporto com sua namorada Kate (Téa Leoni), prestes a viajar por causa de uma ótima oportunidade de estágio. Kate, sentindo que nunca mais o veria, pede para que ele fique e construa uma vida ao seu lado. Mas, não era isso que Jack desejava, ele queria mais, era ambicioso. Ele parte prometendo voltar.
Jack não voltou, os anos passaram e ele se tornou um investidor muito rico. Solteiro, tinha tudo e todas as mulheres que desejava, mas no fundo sentia-se solitário e um imenso vazio dominava sua vida. Não era o que ele demonstrava, mas era o que sentia.
Na noite de Natal, Jack recebe o recado que sua antiga namorada (Kate) havia ligado e precisava falar com ele. Achando que ela queria relembrar o passado e chorar no seu ombro, ele ignora o recado. A caminho de casa (apartamento), envolvesse numa estranha confusão, dentro de uma loja, causada por um “homem” muito misterioso (Don Cheadle).
No dia seguinte, de forma mágica, Jack acorda ao lado de Kate, morando no subúrbio, com dois filhos e uma vida muito tranqüila. Jack está vivendo o outro caminho, aquele que ele não seguiu. Vive como se naquele dia no aeroporto, tivesse optado por ficar.
O final é simplesmente emocionante e nos faz pensar nas nossas escolhas. A resolução do filme é bastante lógica e possível, pois não se trata de ficção, nem de fantasia. É um drama que merece ser visto. Observe um detalhe interessante, a capa do filme mostra Jack olhando ele e sua família na vitrine de uma loja. O curioso é que essa imagem é a exata mensagem que o filme passa.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Não há como dizer, se Jack errou ao entrar no avião. Foi sua escolha, sua opção naquele momento. Mas, o que ele percebeu é que o dinheiro e o poder não valem mais do que uma família e um verdadeiro amor. Talvez, (sempre o talvez!) o erro de Jack foi não ter voltado como prometera, resultado de uma outra escolha que fez.
As escolhas são nossas, somente nossas. Somos “livres”, mas de certa forma “pagamos” por essa liberdade. É a Lei de Deus, a justiça divina, que atua sobre todos os homens. Poderemos viver as conseqüências das escolhas agora ou depois. Quanto a isso não temos opções.
Há sempre sacrifícios, não podemos negar. Às vezes teremos de deixar um sonho de lado para poder viver outro, pois nem sempre poderemos fazer tudo. Mas, o que realmente importa, é escolher o caminho mais correto e que nos fará, verdadeiramente, felizes.
A todo instante precisamos escolher, portanto lembre-se que vencer é difícil, pois o caminho é árduo e estreito, mas perder é fácil, basta seguir o caminho que está feito. A felicidade é algo possível e real, para quem sabe escolher.
A via da Vida é de mão dupla, tudo o que vai pode voltar. Sempre há tempo de retornar e escolher outro caminho. Nada é definitivo e impossível, pois a vida é um projeto que você mesmo constrói. É uma questão de escolha. Mas, não se esqueça, as escolhas são nossas, sempre nossas!

Um abraço!
Rafael L. Prado

Para saber mais:

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Antes Que Termine o Dia

Antes Que Termine o Dia (If Only)
Ano: 2004
Gênero: Romance
Diretor: Gil Junger
Atores: Jennifer Love Hewitt, Paul Nicholls, Tom Wilkinson

Sou suspeito pra falar sobre esse filme, pois ele aborda o meu tema predileto: as escolhas que fazemos na vida. Em “Antes Que Termine o Dia”, este tema é abordado de uma forma diferente e muito mais sentimental (preparem os lenços). Ian (Paul Nicholls) e Samantha (Jennifer Love Hewitt) formam um casal feliz e com muitos planos. Embora exista um amor muito forte entre os dois, a forma de cada um externar este sentimento é diferente. Enquanto Samantha busca demonstrar seu amor e seus sonhos a todo momento, Ian concentra sua atenção apenas na sua promissora carreira e em seus amigos.
Num dia, aparentemente normal, tudo ocorre de forma estranha e desastrosa, especialmente para Ian, que por causa de suas atitudes insensíveis causa uma grande decepção em Samantha e, na noite deste dia, terminam o namoro. Ian não consegue demonstrar o que realmente sente e isso magoou muito Samantha. Mas, um acontecimento no final desse dia faz com que a vida deles mude de rumo. No dia seguinte Ian percebe que acordou novamente no dia anterior, e apenas ele percebe isso. Um detalhe importante, durante o dia anterior pequenos fatos ocorrem com ambos, e são estes fatos que provarão para Ian que tudo vai acontecer da mesma maneira, e o final do dia será o mesmo se ele não tentar mudar. Com isso, Ian tem a chance de refazer tudo o que ele tinha feito erradamente no dia anterior. Mas, ao mesmo tempo em que ele se esforça para evitar os erros cometidos no dia anterior, com o passar das horas ele percebe que nem o seu forte amor o fará mudar o acontecimento da noite anterior.
O amor que Ian tinha por Samantha era algo muito grande, tão grande que causava medo nele. As conversas que ele tem com um misterioso taxista são interessantes. Numa delas, Ian pergunta: “Como você pode amar tanto alguém e não saber como fazer isso?” e o taxista responde: “Apenas ame-a, com tudo o que você pode. Apenas ame-a!”
Ian sabia que teria apenas mais uma chance de fazer isso, e o tempo é algo que sempre corre, se ele vai estar a favor ou contra, é uma decisão nossa. Ian aproveitou o dia ao máximo e provou que para se amar alguém de verdade é preciso amar sem medidas, amar sem restrições, amar por amar e viver por isso. Às vezes um dia basta para que isso aconteça, depende de nós.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Tudo são nossas escolhas!!! Não podemos é achar que o tempo vai nos esperar, enquanto vemos tudo passar e assim perder todas as nossas oportunidades. Dizer “Eu Te Amo”, é algo muito simples e para alguns, não significa nada, pois podem ser palavras jogadas ao vento. Precisamos demonstrar isso, dedicar uma parte do nosso tempo para mostrar as pessoas que são importantes para nós o quanto nós a amamos. Talvez não tenhamos um amanhã para fazer isso!!! E se você não tiver isso de forma recíproca, não se importe, lembre-se dessas palavras, “amar sem ser amado...”. Fique feliz porque você foi capaz de cultivar este sentimento nobre e aproveitar este tempo. Faça a sua parte, apenas faça, não deixe o amor se perder, não deixe que o seu dia aqui na Terra termine sem que você tenha amado alguém com toda a sua força, seja quem ou quantos forem. Lembre-se, a medida de amar é amar sem medidas...

Um abraço!
Rafael L. Prado

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