quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

À Primeira Vista

À Primeira Vista (At First Sight)
Ano: 1999
Gênero: Romance/Drama
Diretor: Irwin Winkler
Atores: Val Kilmer, Mira Sorvino, Natan Lane

“Não vemos com os nossos olhos, vivemos na escuridão enquanto não enxergamos a verdade sobre nós mesmos ou sobre os outros ou a verdade sobre a vida, e nenhuma operação pode fazer isso. E quando você enxerga a realidade sobre você mesmo, aí então você enxergou muito, e você não precisa de olhos para isso”.

Somente este trecho acima, define com perfeição este filme, melhor do quaisquer outras palavras. Nele, Virgil (Val Kilmer) é um homem cego desde criança, vivendo numa cidade calma e pacata, o que facilita a sua vida. Já totalmente adaptado a sua condição, trabalha como massagista num hotel. Até que em sua vida, surge Amy (Mira Sorvino) uma arquiteta estressada que busca um pouco de sossego. Embora, pertençam a mundos bem diferentes, não demora muito tempo, para que os dois se apaixonem. Tudo vai bem, até o momento em que Amy sugere a realização de uma cirurgia experimental que pode dar para Virgil a oportunidade de enxergar. Mas, eis o dilema. Para que mudar algo que está “bom”, para que arriscar? Virgil conhecia os obstáculos e sabia contorná-los, para que um novo desafio? Mas, o amor foi maior e mais forte que qualquer medo e ele decide fazer a cirurgia, afinal o que ele tinha a perder.
Bem, a cirurgia dá certo e Virgil começa a enxergar, porém ele não consegue entender o que está vendo. Virgil precisa aprender a enxergar, visualizar as três dimensões e ter noção do espaço sem a ajuda do tato, tudo isso numa cidade nova (Nova York) em que há muita informação visual e muitos obstáculos desconhecidos. Da mesma forma que aprendeu a viver como cego, Virgil precisa agora, aprender a viver como um homem que pode enxergar. No final, o filme surpreende e se agiganta, tornando-se um exemplo para quem enxerga tudo e mesmo assim é cego... Vale a pena conferir.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Baseado em uma história verídica, “À Primeira Vista”, é mais um belíssimo trabalho do diretor Irwin Winckler, o mesmo do poético Tempo de Recomeçar. É daqueles filmes em que se vê quantas vezes ele passar, é de arrepiar. Porque ele nos mostra, que na verdade, vemos somente aquilo que queremos ver. Pois, quantas vezes desviamos o olhar de um mendigo, dos problemas ou daqueles que nos pedem ajuda? Quantas vezes fingimos não ver ou fingimos ver o que não existe? Quantas vezes a gente se acostuma com o que o mundo nos mostra para não se desgastar? Quantas vezes a gente aceita o que os olhos vêem para não aceitar o que o coração sente? Quem vê cara não vê coração, sabemos disso.
É hora de retirar as vendas que cobrem os olhos da nossa alma e deixar a luz desenhar os contornos daquilo que a escuridão nos priva. Enxerguemos com olhos de ver, com olhos de sentir e olhos que não cegam quando precisamos ver, simplesmente ver.
Como Virgil disse, “não vemos com os nossos olhos”. Descortine a janela para a vida, veja o que muitos não conseguem ver. Veja além da vida, além dos problemas, veja a solução, veja além das aparências.
Olhemos a nossa volta e dentro de nós, percebamos o que somos, enxergando as nossas virtudes e os nossos erros afim de que nos conheçamos melhor. Apareça e mostre-se para o mundo, possivelmente, muitas pessoas gostariam de te “ver”. Seguindo Jesus, de que adianta colocar a luz debaixo do alqueire? Façamos como Virgil, caminhemos pela realidade sem medo, só para ver o que vemos.

Abraços!
Rafael L. Prado

Para saber mais:

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Céu de Outubro

Céu de Outubro (October Sky)
Ano: 1999
Gênero: Drama
Diretor: Joe Johnston
Atores: Jake Gyllenhaal, Chris Cooper, Laura Dern

Estamos começando 2009, e talvez por ser início de ano estamos mais sensíveis e mais esperançosos, afinal quando o homem deixa de sonhar ele também deixa de viver. Dirigido por Joe Johnston, “Céu de Outubro” é um filme que você só consegue ver nas madrugadas ou na tv por assinatura e somente encontra para locação em boas locadoras. Uma pena, pois é um filme que merece ser visto.
Estamos no final dos anos 50, mais precisamente, no ano de 1957, no meio da Guerra Fria. Na tentativa de “conquistar” o espaço, os russos lançam o primeiro satélite artificial, o Sputnik (você já deve ter ouvido falar nele). Na noite de 04 de Outubro, o mundo voltava seus olhos para o céu, na expectativa de o avistarem. Desta mesma forma, também estavam todos os moradores de Coatwood, pequena cidade do oeste da Vírginia. E, como num truque de mágica, vêem uma luz bem brilhante cortar todo o céu, encantando a todos, principalmente, o jovem Homer Hickam (Jake Gyllenhaal).
A cidade de Coatwood era basicamente sustentada por uma mina de carvão, destino de trabalho da grande maioria dos homens da região. A mina era chefiada por John Hickam (Chris Cooper), pai de Homer, que alimentava o desejo de ver seu filho seguir seus passos. Mas, aquela noite de 04 de Outubro, faria mudar o destino de Homer e seus amigos.
Homer nunca foi uma grande aluno, mas ao avistar o Sputnik no céu, criou um forte desejo de lançar um foguete. Determinado a relizar este sonho, que para muitos era piada, o jovem Hickam convence seus amigos a participarem deste projeto. Começa então, uma grande aventura, cheia de descobertas, de dificuldades, incluindo as duras críticas do pai de Homer, as chacotas dos colegas, a falta de dinheiro e tudo mais. Mas, mesmo com tudo isso, os jovens não desistiram. Sempre inventavam um jeito de driblar as adversidades, com muito bom humor e muita vontade, acima de tudo. Baseado num fato real, “Céu de Outubro” nos envolve de tal forma, que é impossível não se emocionar com o destino destes quatro jovens.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Mais do que lançar um foguete, o jovem Homer Hickman, lança nele a sua vida, a sua esperança e a certeza de que não existem limites quando se quer fazer algo. Foi um sonho de vida desperto por uma luz no céu, um “simples” satélite mostrou pra ele que era possível. Caro amigo, ao olhar para o céu, o que vê? As estrelas, a lua, o sol... Sim, é o que todos vêem! Mas não falo deste que os olhos do corpo vêem. Refiro-me ao céu do seu íntimo, onde habitam os seus sonhos de vida, por vezes reprimidos por uma tempestade qualquer. E então, o que você vê agora? Olhe com atenção para este céu, e reparará que as estrelas estão sempre lá seja noite ou dia, esperando a sua luz brilhar também. Lançar um foguete, quer dizer lutar pelos sonhos e mostrar que tudo é possível. O impossível é uma palavra inventada por aqueles que têm medo de lutar. Portanto, construa o seu “foguete” e viaje com ele no céu infinito da sua mente e abra as janelas e portas de um lugar onde os sonhos podem e devem ser reais. Como falamos no começo do texto, sonhar é mostrar para si mesmo que ainda se vive. Então, viaje pelo céu da sua alma, do seu coração, e não precisa ser num Céu de Outubro, pode ser num Céu de Janeiro... Fevereiro... Março... Boa Viagem!!!

Abraços!
Rafael L. Prado

Para saber mais:

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Em Boa Companhia

Em Boa Companhia (In Good Company)
Ano: 2004
Gênero: Drama
Diretor: Paul Weitz
Atores: Dennis Quaid, Topher Grace, Scarlett Johansonn, Selma Blair


O que realmente importa na sua vida? O que te move? O que te faz acordar todos os dias, durante anos? O significado da vida, esse é um dos pontos tocados no agradável e sensível filme “Em Boa Companhia”. Encontrar uma razão e viver apenas pela alegria de viver cada novo dia.
Dan Foreman (Dennis Quaid) é um publicitário chefe de vendas de uma revista de esporte. Aos 51 anos, é casado e tem duas lindas filhas, em resumo, uma vida tranquila. Talvez, não houvesse mais nada a acontecer na vida de Dan. Porém, a revista é adquirida por uma multinacional e ele perde o seu cargo para o jovem Carter Duryea (Topher Grace), que possui metade de sua idade. Mas, se não bastasse essa surpresa, Foreman recebe a notícia de que será pai novamente e que sua filha mais velha, Alex (Scarlett Johansson), está entrando na faculdade e ele precisará arcar com os novos gastos dela também.
Com tantas mudanças em sua vida, Dan não poderia perder seu emprego de jeito nenhum e ele tenta manter uma boa relação com seu novo chefe, o qual já havia feito a proposta de que ele fosse seu braço direito. O jovem Carter, passava por um momento de afirmação, havia ganho uma oportunidade de chefiar, contudo ainda era inexperiente. Além disso, seu casamento estava acabando e vivia um conflito interno. Tinha um bom emprego e dinheiro, mas não tinha amigos, nem família. Além de uma amizade com Dan ele buscava uma família que não tem e começa um relacionamento as escondidas com Alex. As voltas com problemas financeiros na revista e com as dificuldades de relacionamentos, Carter encontra algo ao qual se agarrar. Mas, Dan descobre tudo e Carter vê sua vida tomar caminhos inesperados.
“Em Boa Companhia” é um filme que exalta o relacionamento humano. Entre pais e filhos, marido e mulher, namorados, amigos e empregados. É repleto de bons diálogos, de cenas engraçadas, comoventes e reflexivas. Conta com o talento já consagrado de Dennis Quaid e com o brilhantismo do talentosíssimo Topher Grace. Uma mistura perfeita de drama e comédia, sem exageros. A história nos faz pensar nas nossas relações pessoais. O que estamos fazendo com a nossa vida? Trabalhamos naquilo que realmente queríamos? Somos felizes? É preciso prestar atenção naquilo que somos e o que queremos ser. Ser apenas mais um não é vantagem. É preciso saber viver, já dizia a música, e só nós podemos descobrir como fazer isso.

ALÉM DO QUE SE VÊ: Viver de aparências é muito perigoso e no fim a dor é maior. A entrega deve ser total, viver com alegria, por amor a vida. Se prestarmos mais atenção veremos que coisas boas nos acontecem a todo instante. A escolha é sempre nossa, portanto escolha ser feliz, escolha ser uma pessoa melhor, escolha amar e viva intensamente tudo isso. Porque acima de tudo você deve ser uma boa companhia para você mesmo, e é se amando que enxergamos o amor ao próximo. Vivemos num mundo onde os relacionamentos são inevitáveis e fazem parte do aprendizado de todo indivíduo e no fim das contas você verá que os momentos mais marcantes são aqueles feitos de coração, de corpo e alma, sem receios de viver e de ser feliz. Muita sinergia a todos nós!!! (veja filme que você entenderá)

Rafael L. Prado

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O Pequeno Milagre


O Pequeno Milagre (Simon Birch)
Ano: 1998
Gênero: Drama
Diretor: Mark Steven Johnson
Atores: Joseph Mazello, Ian Michael Smith, Ashley Judd, Oliver Platt

“Deus tem um plano para todos nós...”. Essa frase simples e muito tocante me marcou, numa das passagens emocionantes do encantador “O Pequeno Milagre”. Lembro-me da primeira vez que assisti a este filme. Numa noite de sábado despretensiosa, com poucas opções (pra não dizer nenhuma) na tv aberta, dei de cara, por acaso, com um certo filme que acabara de começar. Descansei o controle remoto e resolvi assisti-lo. Ao término, já pela madrugada, tinha passado por uma linda lição de moral. Como se o filme fosse um daqueles livros que ao terminarmos de ler ficamos sem ação. Assim eu estava e fui dormir leve e ao mesmo tempo impressionado com a sutileza com que a mensagem me foi transmitida.
O pequeno milagre aqui é Simon Birch (Ian Michael Smith), o menor bebê a nascer no Gravestown Memorial Hospital. Os médicos o declararam como um milagre, devido aos graves problemas de crescimento que ele apresentava. O coração de Simon crescia de forma desproporcional a seu corpo, colocando sua vida em constante risco. E por ser assim, Simon acreditava que Deus o tinha feito pequeno por algum motivo, que Deus tinha um plano para ele. E fantasiava várias situações em que a sua condição o transformaria num herói, juntamente com seu melhor amigo Joe (Joseph Mazzello). Juntos eles constroem sonhos e fazem de suas dificuldades motivos para continuar buscando um sentido maior para suas vidas. No caso de Joe, este sentido era encontrar seu verdadeiro pai e para Simon, descobrir o plano ao qual fora inserido por Deus. O desfecho dessa bela história é comovente, e mostra que realmente há um plano para cada um de nós.
ALÉM DO QUE SE VÊ: Nada é por acaso, e por vezes somos nós quem traçamos esses planos antes de iniciarmos uma vida. Cabe a nós ter consciência de nossa responsabilidade perante a vida e, acima de tudo, lutarmos para sermos aquilo que devemos ser, independente de nossa condição física ou situação familiar. Fazemos parte dos desígnios de Deus e certamente não estamos nesse mundo apenas de passagem. Façamos algo, sejamos algo e busquemos dentro de nós tudo o que devemos e podemos ser. Jamais esqueci da noite deste filme e todas as vezes que me encontro em dificuldade lembro das belas palavras do “pequeno milagre” Simon Birch... “Deus tem um plano para todos nós...”. Tenha um bom filme!

Abraços!
Rafael L. Prado

Além Do Que Se Vê


Primeiro post. É um prazer externar a forma como vejo os filmes e dividir opiniões com outras pessoas. Sempre existirá algo que não percebemos, e esta é a beleza da vida. Há sempre algo a ser visto e a ser sentido. Vamos com olhos de ver!!!

Abraços!